segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Como ler um rótulo?? Muitas vezes, a primeira dica sobre um vinho está no rótulo. A não ser que se possa provar antes de comprar e ter a resposta para todas as dúvidas sobre o vinho simplesmente pela informação do rótulo: a variedade das uvas, a qual safra pertencem e procedentes de qual vinícola.


A primeira vista
É uma tentação escolher o vinho observando o seu rótulo. Ele parece nos transmitir a personalidade do vinho que está na garrafa; as cores e desenhos nos convidam, pedem a nossa atenção. Imagine se escolher um vinho de qualidade fosse tão fácil como gostar do rótulo.Os rótulos vêm em todas as formas e tamanhos; alguns trarão o mínimo de informações, e outros conterão dados que abrangem verdadeiramente todos os aspectos do vinho. Aprender a ler uma informação poderá ajudar a ter alguma indicação sobre o que esperar de um certo vinho.

Observando melhor
Por fim, um exame mais profundo do rótulo irá revelar o nome do vinho e de onde vêm as uvas. Também poderá informar sobre quando as uvas foram colhidas, o nome da pessoa ou empresa responsável pelo vinho, o teor alcoólico e o volume em ml. Algumas dessas informações aparecem na etiqueta da frente, mas muitos vinhos têm um rótulo atrás que também deve ser lido.
Os produtores devem enviar seus rótulos a um órgão governamental para garantir que as exigências legais estejam sendo cumpridas. Isso é bom para quem está procurando aprender mais sobre vinho. Olhe o rótulo para obter as respostas para as perguntas a seguir.

Quem fabricou o vinho?
Essa é a informação mais importante na etiqueta porque a qualidade do vinho depende muito da reputação do produtor. Os melhores vinicultores também possuem um estilo personalizado, sendo assim, o processo de seleção é mais fácil. O rótulo (normalmente o de trás) também indica a extensão da ligação do produtor com o seu vinho. A mais alta designação é "cultivado, produzido e engarrafo por" que garante que a vinícola que consta no rótulo cultivou as uvas, produziu e engarrafou o vinho, completando o processo. Se a etiqueta informa que foi "produzido e engarrafado por" o fabricante prensou as uvas e produziu o vinho. Entretanto, se o vinho foi fermentado em outro lugar, então a frase pode informar "envelhecido e engarrafado por". A frase "produzido e engarrafado por" revela que o fabricante usou as uvas que prensou, com o vinho que foi fermentado em outro lugar.

Qual é o tipo de vinho?
Se aparece o nome da variedade da uva no rótulo, o vinho foi feito inteiramente ou predominantemente dessa uva. Quando dois ou mais tipos de uva são descritos, então é um vinho de corte, uma mistura das duas uvas. Às vezes, entretanto, como é o caso dos vinhos do Velho Mundo, uma região produtora ou designação da origem é informada ao invés da variedade da uva. Neste caso ainda é possível determinar quais as variedades de uvas usadas, apenas requer um pequeno esforço, por exemplo, que o italiano Chianti usa as uvas Sangiovese e o francês Puligny-Montrachet é feito das uvas francesas Chardonnay. Algumas pessoas acreditam que o nome da região produtora poderá ser mais informativo que o nome da variedade da uva, porque diferentes regiões possuem solo, clima e práticas de viticultura diferentes, e todos estes fatores alteram o sabor do vinho.

Onde cresceram as vinhas?
A região produtora ou a denominação no rótulo informa a origem das uvas usadas para a produção do vinho. Poderá ser tão grande quanto o Estado ou região, como na Califórnia ou Borgonha, caso em que as uvas vieram de duas ou mais regiões produtoras dentro dos limites do estado ou região. Denominações mais específicas incluem um município ou sub-região; uma área de produção dentro de um município ou sub-região, como Napa Valley (dentro do município de Napa); e uma subdenominação dentro de uma maior, como Oakville (uma área dentro de Napa Valley). Uma designação até mais específica é o nome da vinicultura dentro da denominação. Como regra, quanto mais específica é a designação da procedência, melhor é a qualidade do vinho.

Que idade tem o vinho?
A data da safra nos diz o ano em que as uvas foram colhidas para produzir o vinho. Se não aparece a data da safra na etiqueta ou no gargalo, o vinho produzido é de safras diversas. A safra pode ser uma parte importante da informação ou também pode significar muito pouco. Como a mesma variedade de uva que cresce em dois lugares diferentes pode produzir vinhos com gostos diferentes, então o ano das uvas em duas diferentes regiões também pode afetar a qualidade do vinho que elas produzem. Condições climáticas tais como o volume de chuva, temperaturas altas e baixas podem afetar a qualidade das uvas e, conseqüentemente, o sabor que terá este vinho. Entretanto, por causa dos padrões de clima que não diferem tão drasticamente em algumas partes do mundo quanto em outras, a data da safra também pode significar muito pouco para certos vinhos. Poderá ser difícil escolher. Felizmente, as publicações sobre vinhos analisam safras na base da qualidade. Essa informação poderá ser útil na hora de fazer a compra, especialmente quando se trata de um vinho caro.

Em que um vinho poderá diferir do outro?
Algumas designações especiais se referem a técnicas de produção que distinguem um vinho do outro, como por exemplo a fermentação em barril, ou o não-filtrado, que fará o vinho mais atraente, dependendo da preferência pessoal. Outras condições tais como reserva, seleção especial, seleção de barril, vinhos envelhecidos e "state bottled" (vinhos engarrafados na própria vinícola e uvas originárias da própria vinicultura) indicam uma distinção de qualidade. Em alguns casos, uma designação especial não possui uma definição legal; isso significa que é a vinícola que estabelece. Um exemplo é a Reserva, para a qual há uma definição legal em partes da Europa, mas nenhuma no Novo Mundo. O termo implica que o vinho é submetido a padrões mais altos de maturação ou envelhecimento e isso pode ser verdade para um vinho assim etiquetado. Entretanto, como o uso desse termo não está regulamentado, os vinicultores podem usar a palavra "reserva" no rótulo simplesmente para fins atrativos no mercado. A reputação do vinicultor deveria oferecer alguma orientação no sentido da designação ser procedente ou não.
Nos vinhos dos EUA, o uso dos termos "estate bottled" é submetido a restrições legais. Essa frase indica que o vinho foi engarrafado onde foi produzido e as uvas vieram da própria vinicultura ou de uma vinicultura arrendada a longo prazo. Para os vinhos franceses, château e "domaine-bottled" significam a mesma coisa. Veja a frase "mis en bouteille au château" em um vinho Bordeaux e "mis em bouteille au domaine" em um vinho Borgonha.

Qual é o teor alcoólico do vinho?
Isto é normalmente informado como percentual por volume, por exemplo 12,5% por volume. Quanto maior a percentagem do álcool, mais encorpado é o vinho.

Qual é a quantidade de vinho na garrafa?
A quantidade é normalmente informada em mililitros. Uma garrafa padrão é de 750 ml. O magnum, equivalente a duas garrafas padrão, tem 1.500 ml. Vinhos europeus podem indicar a quantidade em centilitros; uma garrafa padrão tem 75 cl. A indicação da quantidade geralmente é feita na etiqueta do verso na garrafa americana e na da frente em uma garrafa européia.

Por Boutique do Vinho

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Qual o Grau Alcoólico Ideal?


Google Imagens


A grande safra nada mais é do que a combinação de condições climáticas ideais, chuvas regulares na primavera, sol quente no verão, tempo seco no outono. Portanto, quanto mais madura melhor a uva! A transformação do açúcar em álcool, através da fermentação tumultuosa, pressupõe uvas na condição perfeita de maturidade. Quanto mais açúcar nos bagos mais álcool depois. Para elaborar grandes vinhos há vinícolas que chegam ao cúmulo de selecionar apenas a parte mais madura do cacho, eliminando o 'lado oculto da lua'.
Se pensarmos um pouco concluiremos que, à semelhança da seleção natural pelo genial Carlos Darwin, o mundo do vinho estará sempre buscando o máximo da graduação alcoólica. Ficou claro? Se todos querem a maturidade perfeita, e quanto mais açúcar no gomo mais álcool, estamos escalando o Everest em busca do máximo possível de álcool. A lembrança da mais alta montanha da Terra nos leva a pensar, em contraponto, de que há sempre um limite! A pergunta é: qual o limite ideal? Vamos exemplificar partindo de dois grandes vinhos: Amarone della Valpolicella e Yacochuya.

O "grande amargo" surgiu na Valpolicella do Veneto talvez em função dos vinhos leves da região, que normalmente não ultrapassam 11% de álcool. Para combater a rusticidade surgiu a técnica do amarone, em que as uvas são dispostas a secar, antigamente em palhas ou gavetas abertas em salas bem ventiladas, atualmente em câmaras de secagem, o que resulta em desidratação ou perda de mais de 30% do suco. A fermentação posterior produz vinhos concentrados com teor alcoólico próximo a 16% ou 16º. Esse tipo de vinho passificado (como passas enrugadas e secas) é uma técnica de adega, ou seja, não é um processo natural da vinha.

O Yacochuya e o Colomé estão entre os exemplos extremos de alto grau alcoólico. Fazem parte dos vinhos de altitude argentinos, com o protagonismo da Malbec, uva que se deve reconhecer como argentina. Vinhedos plantados a mais de 2 mil metros (o Altura Máxima da Colomé se auto-proclama o mais alto do mundo a 3.100 metros), sofrem maior exposição de raios ultravioleta e, principalmente, vivenciam uma amplitude térmica entre 15º e 20º todos os dias. Ou seja, 28º ao dia e 8º à noite (20º e 0º graus no inverno), estressam o vinhedo, que para se proteger gera pele mais grossa e escura, que vingará exemplares concentrados e densos.

Engraçado lembrar que o Valle de Calchaquíes, em Salta, ao norte do país vizinho, tem latitude semelhante a Jundiaí e Sorocaba, cortado pelo Trópico do Capricórnio, pelo que o diferencial é justamente a altitude. Aliás a utilização de terraços é maior na Argentina, em função dos Andes serem mais esparramados a leste, e mais escarpados a oeste (Chile). O Yacochuya chega a 16,5% de álcool, embora o 2005 e o 2003 percam em equilíbrio para irmãos mais antigos. É quase natural porque por detrás está o consultor Michel Rolland, que deve utilizar (eu presumo) todas as técnicas para torná-lo essa bomba d'álcool que desagrada pela falta de elegância.

Mas o verdadeiro "problema" desses produtos é que Amarone e de altura não são agradáveis para o cotidiano. Pedem aquele dia certo invernal, com pratos de molho concentrado, carnes de caça, talvez uma feijoada num dia bem frio. Porque mesmo com fruta passa, taninos resistentes e álcool potente, esses vinhos são pesados na boca. Mastigáveis de um lado, de outro têm o "defeito" da excessiva densidade, mais ou menos como uma cerveja stout ou bock num dia de verão perante uma pilsen refrescante.
Como tento ser direto e reto nas minhas colocações, francamente estou cheio (ops, minha mãe me censuraria)... satisfeito de vinhos extremamente alcoólicos.

Todos querem superar o Himalaia! O limite de um Pinot Noir e Merlot deve se situar em 14º, Syrah e Cabernet Sauvignon em 14,5º, Malbec no máximo 15º. Mais do que isso é exagero. É claro que o conjunto precisa, em primeiro lugar, estar balanceado em seus elementos acidez, azedume, estrutura tânica e álcool. Mesmo equilibrado chegará o dia em que os enólogos não ultrapassarão a fronteira além da qual o vinho se torna desagradável. Por mais que desejem argentinos e italianos, Andes e Alpes não ultrapassarão o Himalaia.

Fonte: Diário do Comércio

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os benefícios do vinho para as mulheres


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Você provavelmente já ouviu falar que tomar uma taça de vinho ao dia faz bem à saúde, mas Daniella Romano, sommelière, explica que há uma diferença entre o consumo por homens e mulheres. As mulheres devem consumir apenas uma taça de vinho tinto e os homens podem consumir até duas taças. O homem tem uma estrutura corporal, cientificamente, para aguentar um pouco mais da bebida. 
As pesquisas dizem que o vinho, se ingerido com moderação, pode ser um bom amigo para emagrecer. Além disso, a ação do vinho tinto no organismo é melhor do que a causada pelo vinho branco, isso porque o vinho tinto é feito com a casca e tem maior quantidade de revesterol, a substância benéfica antioxidante. No entanto, consumi-lo em excesso age como qualquer bebida alcoólica: pode engordar, e muito. Para o branco, a casca não é usada se não ele fica tingido e não branco.

Um estudo da universidade de Harvard mostrou que aquelas mulheres que bebem vinho sofrem menos de pedras do rim. Outra importante tarefa do vinho e que tem como componente o fibrinogênio que produz uma redução de coágulos de sangue.

O vinho também ajuda no desenvolvimento de células nervosas, isto é, ajuda no tratamento da doença de Alzheimer e Parkinson. Previne resfriados, câncer de mama, controla a hipertensão, melhora a digestão e o sono e aumenta até mesmo o QI.

Para começar a beber vinho, descubra quais são as uvas que você mais gosta. Deguste alguns vinhos até encontrar o seu preferido. Depois, comece a sentir os aromas de cada vino e com o tempo aprenderá a identificar todos os aromas. O mundo do vinho é enorme, mergulhe neste mundo prazeroso e cuide da sua saúde ao mesmo tempo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dia dos Pais


Dizem que o Dia dos Pais teve sua origem há mais de 4 mil anos, quando Elmesu, um jovem babilonio moldou em argila um cartão, que teria sido o primeiro, desejando sorte, saúde e longa vida a seu pai.

Muitos anos depois, em 1909, nos EUA Sonora Louise dedicou um dia aos pais, inspirada pela profunda admiração que sentia por seu pai, William Jackson Smart. Esta data se popularizou até que em 1972, Richard Nixon, presidente dos Estados Unidos oficializou em todo o país, o Dia dos Pais no 3ª domingo de junho.
No Brasil, a primeira celebração foi em 14 de agosto de 1953, data proposta por um publicitário, Sylvio Bhering, em homenagem ao dia de São Joaquim, patriarca da família Bhering. E posteriormente passou a ser comemorada no segundo domingo de agosto.

Por mais variadas que sejam a origem e os motivos, uma coisa é certa, devemos concordar que é uma delícia podermos render homenagens, e celebrar com ele por um dia inteiro. E nada como uma reunião em família, boa comida, um bom vinho...para sentirmos aquele aconchego gostoso!

Como celebramos no inverno, eu sempre penso em um bom tinto, encorpado, potente, que possa acompanhar um prato igualmente substancioso.


Para dar as boas vindas aos convidados vamos começar  com bruschetta di baccala ( bruschetta com lascas de bacalhau regadas ao azeite) , regada com um fio de azeite de oliva e para acompanhar um branco com passagem em madeira. Como sugestão um Rioja branco, o Viña Tondonia Blanco Reserva com  toques de coco, baunilha, especiarias e notas amendoadas ou então um chileno o Chungará Gran Reserva Chardonnay, combine com o azeite Senzo,  Valle del Maule, Chile, do mesmo produtor,  eu visitei um produtor espanhol na Rioja, há alguns anos, ele me deu uma dica que sigo até hoje: tentar harmonizar os azeites e vinhos produzidos pela mesma bodega, por questões de filosofia de cultivo, me explicou ele, pois a produção de ambos é parecida, exige os mesmos cuidados e geralmente estão próximos, assim temos terroirs com similaridades, vinho e azeite convivendo juntos. Para mim foi um bom aprendizado.


Como prato principal, um brasato di manzo al vino e funghi di bosco con polenta ( carne de panela preparada com redução de vinho tinto e cogumelos com polenta).  Este prato super completo e ‘quente’, é ideal para os dias de inverno e exige um bom tinto. Uma sugetão é o Barolo Ornato 2007, D.O.C.G. Pio Cesare – Piemonte, Italia, 100% feito com a uva Nebbiolo. Este vinho que recebeu 95 pontos do Robert Parker é uma festa maravilhosa aos sentidos, com notas minerais, de trufas, groselhas, cerejas, alcatrão, mentolado e tem um final de boca longo e impressionante.  Eu provei este prato com o Lukai, um elegante chileno que tem um corte com as uvas Cabernet Sauvignon, Carménère, Malbec e Cabernet Franc, medalha de prata no Catador Santiago, sua passagem 24 meses por barricas de carvalho francês, lhe conferem aromas de compotas de frutas negras, cacau, alcaçuz, tostado, especiarias e tabaco. Rico e elegante, com um final de boca marcante, delicioso.

 Uma dica este vinho assim como o barolo deve ser decantado uma hora antes de servir, para abrir suas notas aromáticas revelando todo o potencial destes vinhos maravilhosos.

E um Feliz Dia dos Pais.

Cheers.