terça-feira, 26 de junho de 2012

DANIELLA ROMANO APRESENTA SEU TRABALHO NA TELEVISÃO


Junho começou cheio de compromissos para a sommelière Daniella Romano. Além de seu trabalho, as degustações e eventos dos quais está sempre presente, Daniella deu duas entrevistas para a TV logo na primeira semana do mês e assim poder mostrar e levar o seu trabalho para um número maior de pessoas.
Daniella participou do programa Receita para Dois com Edu Guedes para a Record News, programa que foi exibido dia 9 de junho, mas que está no portal R7 e pode ser visto a qualquer hora pelo link:http://noticias.r7.com/videos/edu-guedes-cozinha-para-especialista-em-vinho/idmedia/4fd40ae4fc9b31f4a84d96a3.html




Daniella também participou do programa Mulheres que fazem apresentado por Elisabete Pimentel na WNTV.


Nas entrevistas, mais conhecimento sobre vinho e, principalmente sobre os aromas do vinho, não tão conhecidos do público em geral, puderam ser passados de forma descontraída para que cada vez mais pessoas apreciem e consumam essa bebida maravilhosa!



segunda-feira, 18 de junho de 2012

VISITAS ESPECIAIS PARA AULA DO GRUPO VER O VINHO


No último sábado do mês de maio recebemos para a aula do Grupo Ver o Vinho duas visitas muito especiais. A Juliana Balieiro (amiga e apaixonada por vinhos) e Karen Ferrari (sommelière e blogueira) para uma aula diferente!
Assim que o grupo soube que elas participariam da aula sugeriram que elas usassem vendas nos olhos e fazer a degustação às cegas e assim perceberem o que é degustar um vinho apenas sentindo. Na mesma hora elas aceitaram o desafio e assim aconteceu....

As dificuldades era notáveis para manipular o material, mas elas amaram a experiência e puderam perceber o mundo do vinho de uma outra maneira.
Muito bom ter pessoas como elas por perto, pessoas que topam desafios e conseguem assim perceber as diferenças e ter sempre a mente aberta para uma nova experiência e percepções....
Conheça também o blog que a Karen Ferrari escreve
http://laboratoriodesommelier.blogspot.com.br/2012/05/como-e-ver-o-vinho-sem-olhar.html#!/2012/05/como-e-ver-o-vinho-sem-olhar.html

segunda-feira, 11 de junho de 2012

DIA DOS NAMORADOS


Comemorado em vários países, a magia que ronda esta data tem várias versões, mas em todas elas a idéia é estar junto ao seu amor celebrando a alegria de estarem apaixonados.

Durante a época do Império Romano, o Imperador Claudius proibiu o casamento, pois isso tirava seus soldados de combate. Porém, um bispo da Igreja Católica, Valentim, continuou a realizá-los. Descoberta a traição, ele foi levado à prisão, onde recebeu centenas de cartas de jovens apaixonados e onde também se apaixonou pela filha de seu carcereiro, uma jovem cega para quem escreveu uma carta de amor antes de ser executado no dia 14 de fevereiro, e dizem ter vindo daí a expressão ‘from your Valentine’.   Em sua homenagem a data passou a ser comemorada por casais apaixonados na Europa e nos Estados Unidos.

Aqui no Brasil, está relacionada a Santo Antonio, que em suas pregações sempre falava da importância do amor e do casamento ganhando fama de ‘santo casamenteiro’ e, a data escolhida foi 12 de junho, véspera de seu dia.

Quer umas dicas de um jantarzinho pra lá de romântico com seu amor?

A fondue (isso mesmo a fondue –  do francês, particípio passado feminino do verbo fundir ) pode ser uma boa pedida!

A  fondue de queijo com um vinho branco,  combinação mais clássica é com o branco suíço Fendant feito com a uva Chasselas, na região de Valais. Este elegante vinho tem uma excelente acidez que ajuda a equilibrar a gordura do prato. Mas outra ótima opção será um Chardonnay jovem, sem passagem por madeira, como o Tatio Chardonnay (Chile) que com seus aromas suaves e boa acidez combinam muito bem com a fondue de queijo.

Porém se optar pela fondue de carne, lembre-se que além dela existem os molhos picantes, agridoces, e outros e o vinho deve harmonizar com todos os elementos. Aqui um tinto leve, jovem, sem passagem madeira e frutado, um Malbec , o  excelente Viña Cobos El Felino Mendoza ou mesmo um Carmenére do novo mundo muito frutado e delicioso  como o Kuntur Carmenére (Chile).

E para finalizar uma irresistível fondue de chocolate com frutas, como a data é festiva você pode inovar com um vinho espumante Asti Spumante (Itália) o Moscato d’Asti vinho doce e com boa acidez dá um clima de festa. E se preferir algo mais tradicional um bom Porto ou Moscatel de Setubal!

O importante mesmo é não deixar a data passar batido!

Cheers...

 Daniella Romano

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Borgonha e Montrachet


Em nenhum outro lugar do mundo o conceito de terroar é tão presente como na Bourgogne. Terroir(em francês) vai além da terra ou sítio, tem a ver com solo, localização, insolação, microclima e até gente, assim compreendido o modo do homem se relacionar com a natureza, o jeito endógeno de tratar o vinho, para dentro de si mesmo, sob certa cultura. Terroar é a seleção brasileira campeã do mundo em 1958, que meu pai nos levou a esperar no distante Aeroporto de Congonhas, quando pela primeira vez o Brasil mesclou a técnica de nossos jogadores ao conceito de organização de João Havelange e a liderança de Paulo Machado de Carvalho. Ou seja, terroar é o ...conjunto. 

            Há também razões históricas e geográficas, como a multidivisão de terras pós Revolução Francesa, cada qual tentando extrair o melhor de cada pedaço. A região se estende por 200 kms. Em sentido longitudinal de Chablis ao norte a Beaujolais no sul. Sem bulir com a história e a geografia, o que importa e o coração burgúndio, a chamada Côte D'Or ou Encosta Dourada. Este miolo norte-sul de 50 kms. Com Beaune no centro se divide em duas partes: a Côte de Nuits ao norte, assim chamada em razão do Nuits-St. Georges, terra dos tintos à base de Pinot Noir(Gevrey-Chambertin, Chambolle-Mussigny, Vosne-Romanée), e a Côte de Beaune ao sul, terra dos brancos à base de Chardonnay(Montrachet, Corton, Meursalt). Há tintos ao sul(p.ex. Pommard e Volnay) como também alguns poucos brancos ao norte(p.ex. Marsannay e Vougeot). No conjunto a Encosta Dourada produz mais branco do que tinto, porque a área de Beaune é o dobro de Nuits. 

            Também é complexo o sistema de classificação, a começar pela (1) genérica apellation controlée da Aloxe-Corton ou Puligny-Montrachet. Imaginando um grande compasso cujo círculo se torna cada vez menor, na sequência temosos os (3) premier cru e finalmente(4) os grand cru. O único master sommelier português João Pires, escanção do Dinner de Londres(chefe Heston Blumenthal) utiliza a imagem do zoom da máquina fotográfica: quanto mais fechado o ângulo mais o preço aumenta, além da evidente conclusão que o grande vinhedo(cru) é teoricamente melhor do que o primiero vinhedo(premier), que por sua vez é melhor do que uma AC municipal, por exemplo Morey Saint-Denis. O grande achado na compra de Bourgognes está em encontrar vinhos melhores, por exemplo um Aloxe Corton municipal de excelente proutor(p.ex. Thibault Liger-Belair), importado pela Cellar) a um premier cruque custe o dobre. Até porque não raro alguns grandes, em fama e preço, de repende decepcionam. Recentemente provei um Nuitd St. Georges Clos de La Marechale 2006 Mugnier ler Cru que me pareceu frágil e médio. 

            Dentre os brancos da 'Encosta de Beaune' um rei se sobrepõe aos demais: Montrachet(montanha nua). Nome místico, equivalente a Romanée Conti ou Échezeaux entre os tintos da 'Encosta das Noites'. Combina “solo magro com substrato duro de pedra calcária”(André Domine, Vinhos, p. 197), com face sul e sudeste, na parte inclinada da colina(ver gráfico), recebendo o sol da manhã e, quando há, o calor da tarde, tanta luz que a uva amadurece completamente. Daí a mineralidade ou (no exagero) o toque de pedra dobre limão ou de abacaxi, a que se soma o sabor de fumo, ou melhor, de fumaça, ou ainda melhor, defumado, aquilo que na França costumam chamar pierre à fusil ou pedra de fricção que detona o fusil. 

             Abri o Montrachet do Domaine Baron Chénard 1996 Grand Cru em comemoração ao aniversário de MH. Bons pretextos não faltam para degustar grandes vinhos; não que ela não mereça...A cor ainda estava clara, o que me levou a não ter pressa de colocá-lo em uso. Na boca tinha estrutura, potência e untuosidade, embora em 2012 já apresentasse notas ferrosas desagradáveis, próprias da idade, Meaculpa, eu imprevidente adorador de garrafas...Deu para compreeender que se trata de vinho gordo e especial, embora raros vinhos brancos melhorem após dez anos, ao contrário dos tintos. Por que? A explicação se chama “amargor” que suaviza com a idade. Nos prejudicando a sensação que esperamos do tipo: certa frescura que faltou neste Montrachet. Há 6 anos atrás gastei uma pequena fortuna, apenas para...continuar aprendendo.



Fonte: Diário do Comércio