Voltei recentemente do Chile,
onde estive visitando algumas vinícolas e fazendo degustações. Ás vezes eu penso
em meu trabalho como uma eterna diversão, bons vinhos, lugares bonitos e
pessoas muito interessantes! Mas de verdade, apesar de ser apaixonante, é
essencial que seja muito sério e focado, pois à nós sommeliers cabe a tarefa de avaliar e classificar os vinhos, seja
para um restaurante, uma enoteca, um supermercado ou outro comércio e ainda nos
concursos, feiras de vinhos, revistas e jornais, sites e todos os locais
especializados.
Santiago é uma cidade cosmopolita com lugares
lindos, restaurantes fantásticos e indiscutivelmente excelentes vinhos. Nesta
viagem tive ótimas surpresas como a Viña
Casa Donoso, que está com novos donos desde dezembro de 2011, eles estão
finalizando o desenvolvimento de uma linha ícono,
que eu tive o privilégio de degustar.
Vou cometer uma pequena
indiscrição, porque adoraria dividir com vocês esta experiência e contar um
pouquinho do que provei e, assim que os vinhos chegarem ao Brasil divulgo em novo
texto os nomes (pois ainda é segredo) e também a descrição deles. Adorei o vinho ícono, é daqueles que a gente guarda na
lembrança por muitos anos. Mas por enquanto é só para dar água na boca.
Comecei a degustação com os vinhos que estão à
venda por aqui, os varietais da linha Evolucion
muito bons, em seguida na linha Bicentenario,
o maravilhoso Chardonnay, que no
nariz trás notas de manjar de coco, banana, frutas tropicais e mel, resultado
da passagem por barricas de carvalho americano.
Os assemblage são produzidos
com cortes de Cabernet Sauvignon,
Carmenère, Malbec e Cabert Franc, como O Clos Centenaire, um vinho elegante com aromas de rosas e tabaco com
taninos maduros, o 1810, com suas
notas de figo e toffe e um delicioso
final maravilhoso, o Perla Negra, um vinho produzido com uvas provenientes de
vinhas com mais de 60 anos, aromas de frutas vermelhas, especiarias e baunilha com um final de boca
longo, e seu ícono o “D” vinho com
taninos muito redondos com boa estrutura e evolução, aromas marcantes e a
vontade de uma outra taça.
Visitei também a Viña Perez Cruz, projetada pelo
arquiteto Jose Cruz Ovalle, a bodega foi feita toda em madeira com arcos que
imitam os galhos de uma árvore nativa é maravilhosa, um presente aos olhos.
Atualmente produzem somente
vinhos tintos, 07 no total. A linha
começa com o Cabernet Sauvignon Reserva,
um vinho fresco, muito fácil de beber, em seguida os Limited Edition: Carmenère, Côt (Malbec), e Syrah , um nariz elegante com notas herbáceas, de frutas e
especiarias e o que me encantou nestes vinhos é que apesar de uma boa
estrutura, na boca apresentam muito frescor e elegância. Em seguida os assemblage Liguai ( Syrah, Carmenère e
Cabernet Sauvignon) um vinho com aromas de especiarias, chocolate e um
final longo e persistente e o Quelén ( Petit Verdot, Carmenère e Côt), notas
de tabaco, frutas vermelhas e um toque mineral muito interessante, em boca é
equilibrado e muito refinado.
Finalmente o Chaski, um Petit Verdot
com bastante mineralidade, frescor, notas minerais, pimenta preta e especiarias,
um vinho exclusivo, diferente que me agradou muito.
Fui convidada também para uma
degustação com o proprietário da Viña Peralillo, Andreas, sua enóloga Carmen e
a diretora de marketing Paola Díaz. Os vinhos que ganharam minha atenção foram
o Hoppe del Sur 8515, um corte de
Cabernet Sauvignon com Carmenère
com passagem de 06 meses em carvalho, estruturado, com aromas intensos e na
boca uma sensação de frutas, quase doce, não demonstra os 14,5% de álcool. O Hoppe
del Sur Reserva também um corte de Cabernet
Sauvignon e Carmenère, tem uma
passagem de 12 meses em barricas e percebe-se a elegância nas notas de bala de
café, chocolate, tabaco, na boca a mesma doçura do 8515 e um final persistente.
A boa noticia é que logo eles
estarão todos por aqui!
Cheers....